Governo aceita gastar R$ 60 milhões com navios de luxo para cobrir rombo de leitos para COP 30

Com previsão de receber 50 mil visitantes durante a COP 30, em novembro, o governo federal contratou navios de luxo como alternativa à precária rede hoteleira de Belém (PA), que oferece apenas 20 mil leitos. O MSC Seaview e o Costa Diadema, das empresas MSC e Costa Cruzeiros, somarão mais de 6 mil leitos, em 3,9 mil cabines. O custo estimado da operação, coordenada pela Embratur, é de até R$ 263 milhões, com “garantia pública” de R$ 259 milhões — ou seja, se os navios não lotarem, o governo cobre a diferença.

As diárias variam de R$ 1,2 mil (para países em desenvolvimento) a R$ 3,3 mil. Cerca de 500 cabines foram reservadas para nações menos desenvolvidas, com parte do custo podendo ser coberto pela ONU ou pelos próprios países. As embarcações ficarão atracadas no Terminal de Outeiro, revitalizado com recursos da Itaipu Binacional.

Apesar da aposta logística, o governo enfrenta forte pressão internacional. Delegações de 25 países, como Canadá, Suécia e Holanda, enviaram carta à ONU e ao governo brasileiro pedindo soluções diante dos preços abusivos e falta de hospedagem. Há registros de hotéis cobrando até R$ 3,8 mil a diária — valores 15 vezes acima do normal.

Suíça, Alemanha, China e Indonésia expressaram preocupação. Sem plano B, o governo garante que a COP 30 será em Belém e firmou parcerias com Airbnb, vai adaptar escolas e cogita usar imóveis do Minha Casa Minha Vida.

Fonte: Gazeta do Povo