O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou nesta terça-feira (28) que solicitou ao governo federal a transferência imediata de dez líderes do Comando Vermelho (CV) para presídios federais de segurança máxima. Segundo ele, os criminosos continuam comandando ações violentas de dentro das cadeias e foram identificados em relatórios das polícias civil e penal.
Castro afirmou que a decisão foi tomada durante a maior operação policial da história do estado, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio. “Vamos tirar esses criminosos e devolver a paz para o Rio de Janeiro”, declarou o governador em vídeo gravado no Palácio Guanabara. Ele ressaltou que a medida faz parte de uma política de segurança baseada em diálogo e integração entre as forças.
A megaoperação, conduzida pelas polícias Civil e Militar, deixou 64 mortos e resultou na prisão de 81 suspeitos. Segundo o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF, foi a ação mais letal já registrada no estado, superando a do Jacarezinho, em 2021, que terminou com 28 mortos.
Cerca de 2,5 mil agentes participaram da ofensiva, que buscava cumprir 100 mandados de prisão e conter a expansão da facção. Durante os confrontos, criminosos usaram drones com explosivos, incendiaram veículos e ergueram barricadas, bloqueando vias como a Avenida Brasil.
Castro voltou a criticar o governo federal, afirmando que o estado “está sozinho nessa guerra”. Em resposta, o Ministério da Justiça informou que todas as solicitações da Força Nacional foram atendidas e que o apoio ao Rio segue até dezembro. Entre os presos estão Thiago do Nascimento Mendes, o Belão, e Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro do tráfico.