Governo reduz previsão do salário mínimo de 2026 após revisão da inflação

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revisou para baixo a estimativa do salário mínimo de 2026. A previsão, que antes era de R$ 1.631, passou para R$ 1.627 — uma redução de R$ 4. A alteração foi feita após a atualização das projeções de inflação para 2024, que agora apontam um índice menor do que o esperado inicialmente.

Se confirmado, o novo valor representará um reajuste de 7,18% em relação ao mínimo atual, de R$ 1.518. A correção segue a política de valorização do salário mínimo, que combina reposição da inflação medida pelo INPC e ganho real atrelado ao crescimento do PIB de dois anos antes.

O valor definitivo do piso só será conhecido em 10 de dezembro, quando o IBGE divulgar o INPC de novembro — indicador que define o cálculo final.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, comunicou a revisão ao presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Efraim Filho (União-PB).

Projeções futuras também foram reduzidas

O governo aproveitou a revisão para ajustar os valores previstos para os próximos anos:

  • 2027: de R$ 1.725 para R$ 1.721
  • 2028: de R$ 1.823 para R$ 1.819
  • 2029: de R$ 1.908 para R$ 1.903

A política de valorização prevê que o ganho real seja limitado ao teto estabelecido pelo arcabouço fiscal, entre 0,6% e 2,5% ao ano. Como o PIB de 2024 cresceu 3,4%, o reajuste real será travado no limite máximo de 2,5% para evitar pressão excessiva sobre as contas públicas.

Impacto no Orçamento

O salário mínimo é referência direta para despesas como aposentadorias do INSS, Benefício de Prestação Continuada (BPC), seguro-desemprego e abono salarial. Por isso, até mesmo ajustes pequenos podem representar bilhões em gastos adicionais ou economias para o governo federal.