Boicote impulsionado por Eduardo Bolsonaro derruba ações da Alpargatas e gera perda milionária

As ações da Alpargatas (B3: ALPA4), controladora da marca Havaianas, fecharam a segunda-feira (22) em forte queda após o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro anunciar, nas redes sociais, um boicote à empresa. A reação ocorreu no domingo (21), em meio à repercussão de uma campanha publicitária de fim de ano criticada por apoiadores da direita.

Com o movimento, os papéis da companhia recuaram 2,39% e encerraram o pregão cotados a R$ 11,44. Segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria, a desvalorização representou uma perda aproximada de R$ 152 milhões em valor de mercado.

O boicote ganhou força após a divulgação de um vídeo estrelado pela atriz Fernanda Torres, no qual ela afirma não desejar que as pessoas “comecem o ano com o pé direito”. Na sequência, a atriz defende que o público inicie 2026 “com os dois pés”, em uma mensagem que propõe atitude e protagonismo. O trecho, no entanto, foi interpretado por parte dos usuários nas redes sociais como uma provocação de cunho político.

Em vídeo gravado nos Estados Unidos, onde reside desde fevereiro, Eduardo Bolsonaro aparece jogando no lixo um par de chinelos da marca e acusa a campanha de carregar uma mensagem ideológica. O ex-parlamentar afirmou que sempre viu a Havaianas como um símbolo nacional e disse ter se decepcionado com a escolha da garota-propaganda, alegando que a publicidade não teria sido casual.

A repercussão também reacendeu debates sobre a crescente politização de campanhas publicitárias e o impacto direto de mobilizações digitais no mercado financeiro.

Atualmente, os principais acionistas da Alpargatas são a Itaúsa S.A., que detém 29,58% do capital total da companhia, e a Cambuhy Alpa Holding Ltda., com participação de 23,77%. O episódio evidencia como pressões políticas e movimentos de boicote podem influenciar, de forma imediata, o desempenho de grandes empresas na Bolsa de Valores.

Fonte: InfoMoney