O deputado estadual e delegado de polícia civil licenciado, Walber Virgolino (PL), foi impedido de discursar durante o protesto das forças de segurança realizado na última sexta-feira (14). A informação foi divulgada pelo jornalista Fabiano Gomes no programa Ô Paraíba Boa. Enquanto outros políticos, como o deputado federal Cabo Gilberto (PL), o senador Efraim Filho (União Brasil) e o deputado estadual Sargento Neto (PL), tiveram espaço para discursar, Walber foi vetado, o que gerou polêmica nos bastidores do evento.
A decisão teria sido tomada pela presidente da Associação dos Policiais Civis de Carreira da Paraíba (Aspol-PB), Suana Melo. Em entrevista, o deputado minimizou a proibição, mas não deixou de criticar o episódio, alegando que há tentativas de monopolização das pautas de segurança pública por certos grupos.
“Olha, isso faz parte, isso faz parte. Eu estou para ajudar, não estou lá para aparecer ou enganar. Algumas pessoas querem monopolizar as polícias e tirar dividendos políticos disso”, afirmou o parlamentar.
Walber também sugeriu que sua relação com Suana Melo pode ter influenciado a decisão de impedi-lo de falar. Segundo ele, a presidente da Aspol teria ficado magoada após perder uma ação judicial e ser condenada ao pagamento de R$ 5.000 em honorários advocatícios.
“Ela achava que eu tinha o dever de devolver esse dinheiro, mas os honorários foram para os advogados, não para mim. Tentei conversar com eles, mas não posso arcar com algo que não causei”, explicou.
O deputado reforçou que continuará participando das mobilizações da categoria, independentemente de ter espaço para discursar nos atos públicos. “Vou continuar defendendo minha polícia, porque eu tenho interesse nisso tudo. Sou delegado, recolho como delegado e vou me aposentar como delegado. Tenho total interesse que a polícia ganhe mesmo, porque eu também vou ganhar bem. Entre os deputados, sou o mais votado da categoria, então tenho representatividade”, destacou.
Ele também não poupou críticas a Suana Melo, afirmando que a presidente da Aspol busca holofotes políticos. “Ela quer estar na cabeça, mas não consegue. Não tem alma de guerreira para representar uma instituição como a Polícia Civil. E não vai lograr isso nunca. Fica querendo dividir voto, achando que vai me prejudicar, mas não vai”, disparou.
O episódio reflete as disputas políticas dentro das forças de segurança do estado, especialmente entre policiais civis e militares. O protesto teve como principal pauta a reivindicação por melhores condições salariais e estruturais para a categoria, mas a exclusão de Walber Virgolino do palco trouxe à tona conflitos internos e rivalidades entre lideranças políticas do setor.
Fonte: Fonte83