Santa Luzia enfrenta um capítulo sério de negligência com o patrimônio público. A estrutura recentemente reformada do prédio histórico da Câmara Municipal mal resistiu às primeiras intercorrências. Nesta quarta-feira (20), uma rajada de vento foi suficiente para derrubar a vidraçaria do último andar do prédio, exposição clara das falhas estruturais da obra. Por sorte, os estilhaços caíram dentro do edifício, evitando uma tragédia entre os pedestres da Rua Padre Jovino, uma das mais movimentadas do Centro de Santa Luzia.
Vários vídeos sobre a queda dos vidros foram compartilhados nas redes sociais. O vereador Igor Gambarra (Republicanos), o Igão como é mais conhecido, esteve no local para averiguar a situação e prometeu pedir ao presidente da Casa Dr. Francisco Seráphico da Nóbrega Filho, Professor Félix Júnior (Republicanos), para colocar placas de proteção ao redor do prédio histórico. “Precisamos ver essa questão e não deixar o dinheiro público ir pelo ralo”, disse o parlamentar em vídeo nas redes sociais.
Diante dos riscos iminentes, o presidente da Câmara, Professor Félix Júnior (Republicanos), já determinou a interdição total do prédio do Poder Legislativo. A suspensão valerá até a conclusão de uma inspeção técnica e a emissão de um laudo de engenharia sobre as condições reais do imóvel. “Nossa ação visa preservar a segurança dos vereadores e vereadoras, dos servidores e, sobretudo, da população de Santa Luzia, afinal, estamos tratando da ‘casa do povo’”, afirmou o presidente.
A atual gestão encontrou o prédio em estado crítico. Apesar da obra ter sido inaugurada no dia 31 de dezembro de 2024 pelo ex-presidente Netto Lima (MDB), a estrutura apresenta uma série de falhas graves: vidros quebrados ou ausentes, degraus comprometidos, instalações hidráulicas e elétricas incompletas, além da ausência de um elevador funcional — apenas uma porta e um fosso aberto. Resíduos de construção, como andaimes, latas de tinta e entulhos, ainda estavam espalhados pelo espaço, evidenciando o descaso com a finalização da obra.
As chuvas recentes agravaram ainda mais a situação, com parte do teto desabando nas áreas frontal e traseira do prédio. O episódio confirmou a precariedade da construção e levou à decisão de interdição. Durante esse período, apenas servidores autorizados ou profissionais habilitados poderão acessar o local, salvo por determinação judicial.
Para garantir a continuidade das atividades legislativas, a Mesa Diretora da Câmara transferiu temporariamente as sessões para o Centro Cultural Padre José Santana, localizado na Rua Jáder Medeiros, no Centro da cidade. O espaço foi cedido sem custos pela Prefeitura de Santa Luzia em uma parceria que visa minimizar os impactos da interdição.
A situação da Câmara Municipal de Santa Luzia evidencia um preocupante desrespeito com o erário e a segurança da população. Reformas inacabadas e inaugurações precipitadas não apenas expõem falhas de gestão, mas também colocam em risco a integridade física de servidores e cidadãos. Agora, resta aguardar os laudos técnicos e o planejamento adequado para que o prédio da Câmara volte a cumprir seu papel sem ameaçar quem dele precisa.
Fonte: Fonte83
