Na última semana, Brasília foi palco de episódios constrangedores que abalaram tanto os bastidores políticos quanto os da comunicação. Dois eventos distintos, mas igualmente embaraçosos, expuseram o clima de tensão e descontrole que paira sobre a capital.
O primeiro desconforto veio da solenidade de abertura do projeto GPS|Poderes, onde o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), protagonizou um momento que deixou constrangidos até os mais acostumados aos bastidores da República. Durante o extenso discurso do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, o governador demonstrou impaciência e fez comentários considerados inapropriados. Pessoas próximas ao evento atribuem o comportamento a um “excesso de descontração” do governador antes da cerimônia.
Embora Barroso tenha mantido a compostura em público, o desconforto foi perceptível. Ao deixar o evento, confidenciou seu desagrado ao empresário Paulo Octávio, o anfitrião — apelidado desde os tempos de escola por “Merenda”. Já no carro, relatou a assessores o quão “degradante” considerou a postura do chefe do Executivo local. Ibaneis, por sua vez, deixou o local em clima de leveza, como quem não se deu conta do mal-estar gerado. No Supremo, assessores comentavam com ironia, entre risos amarelos, que “todos estavam pra lá de Marrakesh”.
Do lado oposto da cidade, a imprensa viveu seu próprio escândalo. Uma publicação do portal Léo Dias revelou que Fernando Rodrigues, fundador do respeitado site Poder360, protagonizou um episódio explosivo nos estúdios da redação. Durante a gravação de uma entrevista, o jornalista teria invadido o estúdio de forma abrupta, chutado portas, esmurrado paredes e, aos gritos, demitido um estagiário diante do entrevistado — que, segundo relatos, ficou visivelmente abalado.
Ainda em meio ao “piti”, Rodrigues teria proferido insultos à equipe e derrubado quadros motivacionais da redação, num espetáculo digno de nota, mas não de elogio. O episódio gerou repercussão entre profissionais do setor e levantou questionamentos sobre o ambiente interno da empresa.
Curiosamente, o mesmo portal Léo Dias, que noticiou o episódio com Rodrigues, omitiu uma queixa silenciosa de seus próprios funcionários na redação de São Paulo. Fontes relatam que os profissionais da equipe estariam sendo forçados a se alimentar nos corredores ou nas escadas do prédio, por ordem direta do editor, que proíbe qualquer tipo de “comida” no interior da redação. O pedido por uma simples copa onde os funcionários pudessem almoçar com dignidade segue sem resposta.
Em Brasília, nesta semana, a etiqueta cedeu espaço ao vexame — e a capital dos Poderes expôs, mais uma vez, que os bastidores podem ser tão ou mais turbulentos que os plenários.
Fonte: Fatos Online