Denúncia sobre crime organizado em postos de combustíveis antecedeu megaoperação contra PCC

Dias antes de a Polícia Federal e a Receita Federal deflagrarem uma megaoperação contra o PCC no setor de combustíveis, um alerta já chamava atenção em João Pessoa.

Na última sexta-feira (22), em audiência pública na Câmara Municipal, o presidente da Fecombustíveis na Paraíba, James Thorp, afirmou que facções criminosas estariam atuando em postos do Estado, manipulando preços e prejudicando consumidores.

“Existe presença do crime organizado hoje? Existe. E isso precisa ser colocado como ponto de atenção. Infelizmente, não vemos uma atuação firme de fiscalização contra essas práticas”, declarou.

Segundo ele, a adulteração de combustíveis e a sonegação de impostos permitem que grupos ligados ao crime ofereçam preços mais baixos, criando concorrência desleal. “Esses preços artificiais atraem o consumidor, mas em algum momento a fiscalização chega e os valores voltam ao normal”, disse.

A fala antecedeu em poucos dias a Operação Quasar e a Operação Tank, deflagradas nesta quinta-feira (28), que desarticularam um esquema bilionário de fraudes envolvendo postos, distribuidoras e empresas ligadas ao PCC. A PF apontou movimentações de R$ 23 bilhões em transações ilegais.

Entre os crimes investigados estão lavagem de dinheiro, adulteração e a “bomba baixa”, quando o cliente paga por mais combustível do que recebe. Em estados como Paraná e São Paulo, a Justiça determinou bloqueios que somam R$ 1,2 bilhão.

Fonte: Fonte83