O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira (28) que convidou a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) para assumir a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência. A pasta, que tem a missão de coordenar a articulação política do governo com o Congresso Nacional, será comandada por Gleisi no lugar de Alexandre Padilha, que ocupará o Ministério da Saúde, sucedendo Nísia Trindade. A posse de Gleisi está agendada para o dia 10 de março.
Embora tenha sido cogitada para a Secretaria-Geral da Presidência, Lula optou por nomear Gleisi para o cargo de Relações Institucionais. A decisão do presidente foi uma surpresa, já que havia a expectativa de que um nome mais alinhado com partidos do Centrão fosse escolhido para fortalecer a relação com o Congresso. No entanto, Lula preferiu manter um membro do Partido dos Trabalhadores (PT) à frente da articulação política.
A nomeação de Gleisi Hoffmann para o governo reflete a confiança do presidente na parlamentar e em sua capacidade de representar uma linha mais à esquerda dentro da gestão. Além disso, ela chega ao governo em um momento importante, pois, neste ano, o PT escolherá um novo comando do partido, e Gleisi se posiciona como uma das principais figuras para liderar a sigla.
Perfil de Gleisi Hoffmann
Gleisi Hoffmann, que preside o PT desde 2017, teve um papel central na gestão do partido durante momentos críticos da política nacional, como a Operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff, a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e os 580 dias de prisão de Lula. Sua trajetória na política brasileira inclui passagens pelo Senado, além de um mandato como ministra da Casa Civil no primeiro governo de Dilma Rousseff, entre 2011 e 2014.
Além de sua liderança no PT, Gleisi tem sido uma das figuras mais respeitadas dentro da legenda, sendo frequentemente consultada por Lula sobre decisões importantes nos últimos anos. Com uma postura crítica à agenda do mercado financeiro, sua nomeação também sinaliza a manutenção de uma posição mais à esquerda no governo.
Gleisi começou sua carreira política no movimento estudantil no Paraná, formou-se em Direito e teve atuação como secretária estadual em Mato Grosso do Sul e secretária de Gestão Pública em Londrina. Ela também foi diretora financeira da Itaipu Binacional.
Com essa mudança no governo, Lula reafirma a confiança em sua aliada de longa data para continuar a articulação política e fortalecer a base de apoio no Congresso, sem abrir mão de sua identidade petista.
Fonte: Fonte83