Inflação cai em outubro e estimativa do mercado volta ao centro da meta do Banco Central

A projeção do mercado financeiro para a inflação oficial do país em 2025 voltou a recuar após os resultados divulgados para o mês de outubro. Segundo o boletim Focus, publicado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central (BC), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,55% para 4,46%, voltando a se aproximar do limite superior da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A meta de inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, o que coloca o teto em 4,5%. O novo percentual, embora ainda próximo ao limite, volta a posicionar a previsão dentro do intervalo considerado aceitável pela política econômica brasileira.

O resultado reflete principalmente a redução na tarifa de energia elétrica, que impulsionou a desaceleração do índice em outubro, encerrando o mês com alta de apenas 0,09% — a menor taxa para o período desde 1998, conforme dados do IBGE. Em setembro, o IPCA havia registrado variação de 0,48%. Ainda assim, no acumulado de 12 meses, o índice está em 4,68%, permanecendo levemente acima do teto da meta.

Juros devem permanecer altos

Para manter o controle da inflação, o Banco Central mantém a taxa Selic em 15% ao ano. O Copom avaliou que, apesar do recuo nos preços, o cenário ainda exige cautela, deixando aberta a possibilidade de novos ajustes caso haja mudança no comportamento econômico.

O mercado projeta que a Selic encerre 2025 ainda em 15%. A partir de 2026, a previsão é de redução gradual, chegando a 12,25% ao ano e, posteriormente, atingindo patamares próximos de 10% em 2027 e 2028, acompanhando a expectativa de estabilização econômica.

Crescimento moderado e dólar estável

O boletim Focus manteve a previsão de crescimento do PIB em 2,16% para 2025. Para os anos seguintes, o ritmo de expansão segue com projeções modestas, variando entre 1,78% e 2%.

Com relação ao câmbio, a cotação estimada para o dólar é de R$ 5,40 no fim de 2025. A projeção para 2026 é de R$ 5,50, demonstrando expectativa de estabilidade dentro do cenário internacional ainda considerado incerto.

O quadro geral indica uma economia com sinais de desaceleração, porém com maior previsibilidade, enquanto o governo e o Banco Central seguem monitorando riscos internos e externos para garantir o equilíbrio inflacionário.