Líder do PL dá “ultimato” a Hugo Motta por anistia em pauta: “Ele pediu um tempo, nós demos o tempo. O tempo agora acabou”

O líder do PL na Câmara dos DeputadosSóstenes Cavalcante (RJ), fez um duro pronunciamento nesta quarta-feira (23) exigindo que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), paute com urgência o projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. Durante a sessão plenária, Cavalcante classificou a situação como um limite na relação política entre o PL e o comando da Câmara.

A cobrança foi feita diretamente ao deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), que presidia a sessão de forma interina. Sóstenes pediu que o colega transmitisse a Hugo Motta o recado: o PL espera que o requerimento de urgência seja incluído na pauta do colégio de líderes desta quinta-feira (24).

“Se amanhã esse requerimento não for incluído, entenderemos que é um gesto do presidente Motta de desconsideração com o nosso partido, que foi um dos primeiros a apoiá-lo”, afirmou o líder do PL. Cavalcante criticou o que chamou de “antipolítica” e “desrespeito político”.

O parlamentar afirmou ainda que respeitou o pedido de Motta para que os líderes não assinassem o requerimento de urgência. “Ele pediu um tempo, nós demos o tempo. O tempo agora acabou”, declarou.

A proposta de anistia, articulada por Cavalcante, teve o pedido de urgência protocolado em 14 de abril e já conta com 264 assinaturas. No entanto, Hugo Motta indicou que a prioridade da Casa neste momento é o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Motta tem defendido cautela diante do cenário político internacional e afirmou que não deseja estimular uma nova crise institucional no país. O tema da anistia foi discutido nos bastidores de um jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e líderes partidários, na residência oficial da Câmara, mas não avançou. Lula, inclusive, se posicionou contra o projeto, afirmando que não se pode conceder perdão a quem “nem foi condenado”.

Sóstenes Cavalcante, que não participou do encontro, reforçou em plenário a posição do PL: “O projeto é humanitário, e o nosso limite está estabelecido. Amanhã saberemos se o presidente Hugo Motta respeita seus aliados”.

Fonte: Fonte83