Mercados reagem com otimismo após vitória legislativa de Javier Milei na Argentina

Os ativos argentinos registraram forte alta nesta segunda-feira (27), impulsionados pela vitória do governo de Javier Milei nas eleições legislativas de meio de mandato. O resultado consolidou o apoio popular às reformas econômicas liberais do presidente e trouxe um clima de otimismo aos mercados.

O peso argentino oficial valorizou 3,97%, cotado a 1.435 por dólar, enquanto no câmbio paralelo (“blue”) subiu 4,1%, chegando a 1.465 por dólar. Na Bolsa de Buenos Aires, o índice Merval disparou 21,77%, e o ETF Global X MSCI Argentina avançou 18,84%, atingindo US$ 88,24.

Entre as ações com maior destaque, Banco Galicia saltou 38,7%, Banco Macro avançou 37,63%, YPF subiu 23,78% e Pampa Energía teve alta de 23,75%.

A vitória de Milei foi interpretada como um endosso às medidas de austeridade e ajuste fiscal implementadas pelo governo, que têm provocado queda gradual na inflação e melhora na credibilidade internacional da Argentina.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parabenizou Milei publicamente, afirmando que o líder argentino está “fazendo um trabalho maravilhoso” e que “o povo da Argentina confirmou nossa confiança nele”.

Analistas de instituições como o Bradesco BBI, Itaú BBA e Morgan Stanley destacaram o novo equilíbrio político como um fator positivo para o ambiente de investimentos. O BBI projeta queda no risco-país e desempenho acima da média para empresas argentinas, enquanto o Itaú BBA elevou a recomendação do setor bancário para outperform, prevendo expansão de crédito e melhora das margens até 2026.

Para os especialistas, o resultado eleitoral fortalece Milei no Congresso e reduz o risco de reversão das reformas. “Com esse resultado, Milei poderá defender facilmente seus decretos e vetos”, afirmou Marcelo Garcia, diretor da consultoria Horizon Engage.

Em discurso, o presidente argentino comemorou a vitória e afirmou que o país “não quer voltar ao modelo de fracasso”. Milei também indicou que está aberto ao diálogo com outras forças políticas para consolidar sua agenda econômica.

Fonte: InfoMoney