O Ministério Público da Paraíba (MPPB) acompanha com atenção o desdobramento das investigações sobre a morte de um bebê durante o parto no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande, e, dias depois, do falecimento da mãe da criança, que havia sido transferida para outra unidade hospitalar. O caso, registrado em março, gerou grande comoção e mobilizou autoridades de diferentes esferas.
De acordo com o MPPB, o processo está em andamento e depende da finalização de laudos técnicos, ainda em elaboração pela Polícia Civil e outros órgãos envolvidos. A tragédia motivou a abertura de apurações por parte do Conselho Regional de Medicina (CRM), do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), da Polícia Civil e do Comitê Estadual de Prevenção de Óbitos Maternos, Fetais e Infantis.
Na esfera administrativa, a Prefeitura de Campina Grande concluiu uma sindicância e encaminhou o relatório ao Ministério Público. O documento recomenda o afastamento cautelar de dois profissionais de saúde que atuavam durante o parto e a abertura de processo disciplinar, embora não conclua, até o momento, pela existência de erro médico.
A promotora Adriana Amorim, da Promotoria de Defesa da Saúde, afirmou que o procedimento segue em sigilo e reforçou a importância de tratar o caso com seriedade e sensibilidade. “Fatos dessa natureza exigem um olhar atento do poder público, sobretudo diante da dor vivida pela família”, destacou.
Paralelamente, o MPPB analisa informações encaminhadas pela Câmara Municipal de Campina Grande, que realizou uma audiência pública sobre o caso. O material aponta possíveis indícios de violência obstétrica, o que também está sendo avaliado pelo Ministério Público.
A Polícia Civil aguarda a conclusão dos exames periciais, incluindo análise toxicológica e avaliação de órgãos da paciente, para encerrar o inquérito e apurar eventuais responsabilidades criminais.
