“Tarifaço de Trump” afeta economia da Paraíba e põe em risco exportações de açúcar, alerta setor sucroalcooleiro

O recente aumento tarifário imposto pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, apelidado de “tarifaço de Trump”, acendeu um alerta na economia da Paraíba. O Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado (Sindalcool-PB) alertou nesta segunda-feira (15) que a medida pode comprometer as exportações de açúcar e etanol produzidos pelas usinas paraibanas.

Com a nova taxação de 50% sobre o açúcar brasileiro, a Paraíba pode perder o direito de exportar sua parcela da Cota Preferencial destinada ao mercado dos EUA — cerca de 9.758 toneladas dentro do total de 146.611 toneladas garantidas aos estados do Nordeste.

Segundo o Sindalcool-PB, a medida afeta contratos firmados na Bolsa de Nova York (Contrato 11) e impacta o escoamento da produção local. Também coloca em risco investimentos de R$ 400 milhões já feitos por usinas para ampliar a produção, além de comprometer centenas de empregos no campo e na indústria.

“A decisão gera insegurança jurídica e freia o crescimento de um setor estratégico”, afirmou Edmundo Barbosa, presidente-executivo do sindicato.

A Paraíba produz cerca de 278 mil toneladas de açúcar por safra. O setor defende ampliar o acesso ao mercado americano, em vez de impor barreiras, lembrando que o Brasil lidera as exportações mundiais com 42 milhões de toneladas por ano.

O sindicato também critica a pressão dos EUA para reduzir o imposto de 18% sobre o etanol de milho. Para eles, qualquer recuo da diplomacia pode custar empregos e quebrar empresas locais.