Com 21,6% de suas exportações voltadas para os Estados Unidos, a Paraíba está entre os estados brasileiros mais vulneráveis ao novo pacote de tarifas anunciado pelo governo de Donald Trump. A medida, que entra em vigor no dia 6 de agosto, afeta diretamente setores estratégicos da economia paraibana, como calçados, bebidas e mineração.
Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que apenas o Ceará (44,9%) e o Espírito Santo (28,6%) são mais dependentes do mercado americano. Inicialmente, a estimativa de perdas para a Paraíba chegava a R$ 104 milhões, antes da divulgação da lista de exceções, que retirou mais de 700 produtos da taxação.
Segundo o secretário estadual de Finanças, Marialvo Laureano, no primeiro semestre de 2025 a Paraíba exportou cerca de US$ 10 milhões aos EUA — especialmente suco de abacaxi, água de coco, calçados (como os da Alpargatas), açúcar, granito e pescados. Já as importações, concentradas em petróleo bruto e coque de petróleo, somaram US$ 250 milhões.
Apesar de o estado dispor de incentivos como o crédito presumido de ICMS, o impacto das tarifas pode comprometer o setor produtivo. A CNI previa um prejuízo nacional de R$ 19 bilhões, com São Paulo e Rio Grande do Sul liderando em perdas absolutas. No entanto, o peso proporcional sobre a Paraíba gera forte preocupação.